quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Viva antes de morrer

Eu sei cometi erros e conquistei algumas derrotas
Mas eu não me arrependo do que aprendi
Há algumas coisas que eu não me lembro
Mas de uma coisa eu não esqueço
 
Quando nós somos jovens, sempre pensamos
Que o sol vai brilhar no próximo dia
Porém, um dia você terá que se despedir
Dizer adeus nunca será fácil
 
Grite, deixe que alguém, em algum lugar, saiba que você está respirando ainda
Guarde estas palavras,
Use-as com sabedoria
Viva antes de morrer


Você aprende a amar,
Você luta e perdoa,
Você enfrenta a noite mais escura
Apenas viva antes de morrer

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Um momento

De quem não sabe mais o que faz,
O espírito inquieto
Se desfaz.
De uma existência quase perdida,
Como quem não deixa rastros,
E, por cima dos mastros,
Desapareci.
No misto dos sentimentos mais profundos,
Perdido em meio dos meus próprios mundos
Das maravilhas que não vi
Agora só me lembro
Daquela chuva de novembro

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Rabiscos

Por favor,
Você que está ai, do outro lado
Que está aí sentado e calado
Pode ler a minha poesia por favor?

Por favor,
Não vá embora, leia estes textos
Leia todos os meus pretextos
Pode ler a minha poesia por favor?

São textos para todos os gostos
Para pessoas loucas e seus opostos
Nestas páginas tem você, tem eu
Tem histórias de príncipe e plebeu

São muitas páginas para ler
Muitas palavras para entender
Mas não há com o que se preocupar
Pois pelo menos um sentido você há de encontrar

Por favor
Não vá embora, pegue um texto e leia
Tenho certeza que sua cabeça ficará cheia
Pode ler a minha poesia por favor?

Aqui tem umas mil páginas
Talvez só tenha algumas dezenas
Não durará nem duas semanas
Ou talvez uma apenas

Se você gostar do meu estilo
Você pode parar em um asilo
Mas eu preciso de um chance de ser escritor
Você pode ser a minha poesia por favor?

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Estradas Perdidas

E agora eu estou nesta estrada abandonada
Nesta caminhada solitária
Não sei por onde ela irá me levar
Eu estou sozinho e continuo a andar.

Eu estou neste espaço vazio
Tentando me aquecer deste frio
Sozinho, não vejo ninguém a passar
Eu estou sozinho e continuo a andar.


Estou caminhando neste horizonte
E em algum lugar se divide a minha mente
O tempo parece congelar no meu olhar
Eu estou sozinho e continuo a andar


Eu caminho por aqui e não aparece ninguém
Estou de pé e parece que está tudo bem
Checo meu coração para ver se ele continua a pulsar
Eu estou sozinho e continuo a andar


Minha mente sempre anda ao meu lado
Na solidão, tudo que ouço é um sussurro calado
Eu gostaria de poder alguém encontrar
Mas até lá, eu estou sozinho e continuo a caminhar.

sexta-feira, 22 de março de 2013

Augustia

Há um vento incessante que sopra nesta noite.
E há poeira em meus olhos, cegando minha visão.
E há palavras silenciosas sussurradas que falam mais alto que promessa quebradas.

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

O Lobo




Como um grande Lobo, ele me encarou.
Com o olhar fixo, ele me mediu.
Sua respiração ansiava a minha derrota.
Em sua boca, um sarcasmo uivo disfarçado de anedota.

Me encontro mais uma vez em uma briga.
Em uma das últimas boas brigas que terei na minha vida.
Viva e morra neste dia.
Viva e morra neste dia.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Brincando de ser adulto...

Recentemente fui a uma festa da minha antiga sala do colégio. É bom reencontrar velhos amigos que perdemos o contato, ou encontrar aqueles mais próximos para bater um papo e expor as novidades da vida. São nestes momentos em que relembramos, com uma tenra saudade, de como a época do colégio foi boa. Desde das gostosuras até as travessuras, nos deliciamos com esta recordação de dias ímpares.
Neste dia, percebi a infinidade de possibilidades em uma finidade de pessoas: havia pessoas cursando a faculdade, outras que já se formaram, outras que partiram para outro caminho, como a ascensão profissional em primeiro lugar, outros que já constituiram família, enfim... todas as cores que você escolher. E destaca-se dentre muitos o meu amigo Thiago, o indivíduo mais alegre naqueles tempos de outrora. Ele, mesmo após o término dos estudos, continuou próximo. Hoje somos grandes amigos, destes que podemos contar nos dedos da mão.
Havia um repúdio entre o grupo social da sala onde os meninos eram excluidos pelas meninas pela falta de amadurecimento. Enquanto as meninas naquela época queriam saber de maquiagem, esmalte e roupas, nós, garotos, queríamos jogar bola. Infelizmente, na lógica reduzida, o Thiago era considerado o "meninão" da sala naquele tempo.
A crônica começa aqui, leitor: A festa reunia não só os alunos, mas os professores e funcionários da escola onde estudei também. Logo, uma multidão de gente, com as suas famílias. Havia, portanto, um número considerado de crianças na nossa festa, correndo na grama daquele sítio onde estávamos festejando. E então, o Thiago resolveu entrar na brincadeira, por uma qualidade impressa nele que há muito não se vê: habilidade de lidar com crianças.Não creio que fosse habilidade, mas sim um dom, intrínseco ao próprio Thiago, de correr e brincar com aquelas crianças como se ele fosse um deles.
E então, a língua começou a atacar. Diversas senhoritas, observando aquela cena, do Thiago ser mais um no círculo de brincadeira dos pequenos, soltaram o veneno: nossa - em um tom asqueroso - como o Thiago não cresceu, se comporta como criança pequena.
Ora, aquilo me deixou um pouco irritado: Se o Thiago está brincando com as crianças, ele pode ser taxado como uma? Não me parece justo com o Thiago, para falar a verdade. Quero dizer, as heras venenosas não convivem há muito tempo com o Thiago para julgá-lo, então, por que fazê-lo? Ele é do tipo de pessoa focada no que quer, é do tipo que sabe quando descontrair e quando falar sério, é um adulto comum como diversos que há no mundo. E daí que ele lida bem com as crianças? Isso não deveria ser um motivo de repúdio, mas sim de alegria. Logo, conclui: Não é você vestir um terno, falar bonito ou ter os mais variados bens que te torna adulto, maduro. É como você encara a sua vida, de forma que não fuja as suas responsabilidade e cresça sempre pessoalmente.
Thiago ainda continuou a brincar com as crianças até se cansar. Logo depois, uma velha amiga de sala chegou para mim como quem não quer nada e disse, em um tom de deboche: o Thiago ainda não cresceu, né?
Cresceu sim, - pensei - é você que ainda não cresceu.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

A Última Marcha

É impressionante como eventos distintos nas nossas vidas são capazes de fazer a gente pensar e repensar, e até escrever um texto para um blog. A conquista de alguma coisa, o nascimento de alguém, algum acontecimento grandioso, ou até um sorriso, tudo pode contribuir para a nossa criatividade poética, desde que estejamos sensibilizados o bastante para isso.
Para este texto, foi a morte que me sensibilizou. Não que eu tenha um complexo de Tanatos, mas é que há momentos que nos deixam mais sensíveis para uma análise necessária. A morte é um destes momentos: nos faz pensar sobre a nossa vida e sobre a vida daqueles que partiram.
Uma amiga minha veio a falecer recentemente. Ela era jovem, com um futuro promissor. Tinha uma voz magnífica, um dom divino para o canto. Era uma ótima pessoa, e não digo isso apenas por ela ter falecido. É um consenso geral o quanto esta pessoa foi boa, comedida, sábia, amiga, dedicada e forte. Não deixou a peteca cair, nem mesmo nos momentos mais difíceis, e nem no último. Um exemplo de ser humano para nós, sem dúvida alguma.
O fato é que, após o velório, como o ritual manda, houve o enterro dela. Todos os que aguentaram a dor do momento saíram do velório e se encaminharam em direção ao cemitério. Logo, um cortejo fúnebre se formou com todos os que queria prestar a última homenagem para  esta pessoa tão querida.
Todos os integrantes daquela marcha, em seus veículos, em uma fila única, sem pressa ou qualquer tipo de sentimento que não fosse participar daquele cortejo, foram para o local do sepultamento. Todos nós estávamos com os nossos pisca-alertas ligados, naquela marcha longa, lenta, silenciosa. Dirigimos ao longo das vias públicas naquela que foi a nossa homenagem para nossa amiga para aquele momento tão triste. O fato foi que isso me impressionou: Diversas pessoas que conviveram com ela e sentiam a falta dela, em uma última marcha, a marcha de uma pessoa muito especial. Seria hipocrisia dizer que o sentimento da marcha ficou apenas naquele momento. E não ficou mesmo. Muitos de nós sentimos falta dela ainda. Algumas vezes nos lembramos de momentos que passamos juntos, e ai as lágrimas vem.
E agora o leitor me pergunta da razão pela qual eu escrevi isso tudo. Tenho duas ponderações para fazer neste caso. A primeira é que pessoas morrem, infelizmente. E podem ser as pessoas próximas de nós que morrem. É difícil perder pessoas assim, tão importantes para nós. Portanto, deixe que as pessoas saibam o quão importantes elas são para você. As vezes, podemos perder uma oportunidade única de falar um "eu te amo", ou "você é muito importante para mim" ou um "eu gosto muito de você". Então, compartilhe mais a sua vida, o seu amor e a sua amizade com as pessoas que lhe são importantes agora.
E a segunda é que seja importante para as pessoas. Faça a diferença, ajude, escute, participe, se destaque na melhor forma possível. Deixe a sua marca neste mundo e naqueles que fazem parte dela. A vida se completa quando nós nos completamos. E isso só se torna possível quando estamos um ao lado do outro.
Para finalizar esta reflexão, deixo um pequeno texto que resume muito bem a vida desta nossa amiga que partiu:

Sim eu amo a mensagem da cruz
Até morrer eu a vou proclamar
Levarei eu também minha cruz
Até por uma coroa trocar


Patty, hoje você está com a sua coroa.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Diálogo solto

-Diga-me senhor: O que será de mim quando sobrevier tamanho mal? - Perguntou o soldado ao comandante.
-Será de você o que você sempre foi. - Respondeu com convicção o comandante.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Uma estrada

Este texto é para os meus amigos
É para os meus irmãos de luta
Os que guerreiam comigo na batalha dos dias sem esperança
Este é para todos os necessitados
Para todos os desacreditados e sem fé

Este é para todos os que levantaram a mão
É para os que xingam e choram
Isso não tem relação nenhuma com a gente viver uma fantasia
Este é tanto para os inocentes quanto os culpados
Isso não tem nada a ver com desistir ou ceder


Nós não nascemos para seguir
Então, vamos levantar do chão de nossa queda
Quando a vida parece muito amarga para encarar
Nós precisamos nos agarrar ao que acreditamos
E acreditarmos que o sol irá brilhar de novo.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Silêncio

Olá Sol, meu velho amigo
Vim para conversar com você novamente
Por causa de uma sensação que se aproxima suavemente
Enquanto deixa sua marca no meu sono
E esta visão que foi plantada em minha alma ainda permanece
Entre o meu silêncio.

Em sonhos agitados em me encontro
Caminhando diante de ruas de pedra
Vejo as auréolas das lâmpadas
Visão sépia que atingiu meus olhos
E rachou a noite
Entre o meu silêncio.

E então na fria luz do luar
Vi milhares de pessoas
Elas conversavam sem falar
Elas ouviam sem escutar
Pessoas escrevendo canções que jamais serão tocadas
E ninguém ousou perturbar
O silêncio.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Um presente do passado [FINAL]

"Querido papai,


Obrigado pelo presente que o senhor me deu. O seu caderno foi o meu maior presente de toda a minha vida, daquela que passou e da que virá também. Lembro-me vagamente de como você era, pois você partiu muito cedo. Não lembro do seu olhar, nem das suas mãos que guiavam meus passos incertos de quando eu era pequeno. Porém, agora com este caderno, posso conhecer o senhor um pouco mais do que conhecia. As suas fotos comigo e mamãe me remetem à uma realidade que eu gostaria de viver: Uma realidade que você está comigo hoje.
As vezes sinto falta de você. Sei que tenho o vovô por perto, e tenho mamãe também. Mas eu gostaria que o senhor estivesse aqui comigo. Quando eu precisava ter aquelas conversas de apoio e ajuda, vovô me ajudou muito, mas não é a mesma coisa, pois ele não é o meu pai. Mamãe me escutou muito também, mas não é a mesma coisa. Você fez falta em alguns momentos muito decisivos. Mas eu acho que me virei bem, no fim das contas.
Tenho certeza que você gostaria de nos ver agora. Eu trabalho e estudo, faço Direito, como o senhor fez. Tenho muitos amigos. Eles gostam demais de mim, e eu também deles. Faço parte de uma "irmandade" até: grandes amigos, quase irmãos. Nosso lema? "Um por todos e todos por um!". Vovó disse que "Os Três Mosqueteiros" foi um livro que você gostou muito na sua mocidade. Até disse que na escola você tinha três amigos inseparáveis, e eram chamados de "Os Mosqueteiros". Quanto aos meus amigos, você gostaria de conhecê-los, de verdade. São ótimas pessoas que me ajudam a caminhar nesta vida. Somos "Os Novos Mosqueteiros".
Acho estranho o que sinto por você, papai. Como posso ter saudades de alguém que não me lembro bem? Mas enfim, acho que conheço você sem conhece-lo bem. Mesmo sendo um bebê quando você nos deixou, eu vejo as suas fotos, leio suas memórias e me sinto próximo à você. Chega a ser engraçado como eu o entendo, parece que você está do meu lado quando eu recordo suas memórias. Deve ser essa a magia de pai-e-filho. Mamãe chama isso de amor.

Eu te amo, papai. E obrigado."

Toda história tem o seu fim, leitor, e esta não seria diferente. O nosso protagonista apazigou o seu coração. Entendeu as coisas, a vida. Escreveu essa carta na contracapa do livro que o seu pai lhe dera por intermédio do seu avó. Era uma homenagem para o falecido pai.
Termina aqui uma história de três gerações de uma família: Uma história de amor que transcendeu o tempo e a própria morte.

"Ella"

"Eu vi o que há de mais estonteante no materialismo, enquanto vagava pelo caminho onde os homens se desencontram do próprio rumo frente ao brilho do ouro. Eu também vi todo esplendor da natureza mais pura, ao passo em que me perdia no nascer do sol mais bonito e nos luares mais admiráveis. Contudo, você é a única visão da qual eu sou realmente dependente, a necessidade que sobrepõe os meus instintos. É mais pra mim que qualquer gênero de beleza. Se eu conseguisse explicar, eu já teria entendido. O seu olhar é o punhal que me atravessa o peito constantemente, a dor que eu não amo amar, mas amo. Eu vivi toda a adrenalina que eu quis viver ao longo dos dias que atravessaram os anos, ainda assim, nenhum desses dias, e nem mesmo os próprios anos, me fizeram sentir mais vivo que qualquer sorriso seu. Não te ver é a morte das minhas horas, mas te ver é me afogar no silencio que inibe todas as palavras que sonho em te dizer. Nada é pior do que a estagnação na posição entre a sua ausência e a sua indiferença, a não ser o peso da responsabilidade de ser inerte a ponto de me tornar o causador dessa situação. Não passa uma lua pelas janelas do meu quarto sem que eu me lembre do fato de ser o único culpado pela distancia que me separa do maior dos motivos pelos quais me levanto no dia seguinte. E é face a face com a certeza de não ser nada na vida desse motivo que eu espero pelo momento de ver você passar por mim mais uma vez, embriagado pelo perfume que te segue pelos cantos. Nunca imaginei que segundos pudessem dar sentido a horas, mas acontece durante os poucos em que posso te olhar. Você é o presente mais importante que eu estou fadado a desejar, o presente que o acaso não tem poder pra me dar." 
Davidson 


Recebi este texto de um amigo. Ele não viu potencial nele, mas eu sim. Um texto sincero e bem escrito. Pedi para publicá-lo, e ele me autorizou. Revela os nossos momentos em que o coração fala do que está cheio.