quarta-feira, 20 de outubro de 2010

"Ella"

"Eu vi o que há de mais estonteante no materialismo, enquanto vagava pelo caminho onde os homens se desencontram do próprio rumo frente ao brilho do ouro. Eu também vi todo esplendor da natureza mais pura, ao passo em que me perdia no nascer do sol mais bonito e nos luares mais admiráveis. Contudo, você é a única visão da qual eu sou realmente dependente, a necessidade que sobrepõe os meus instintos. É mais pra mim que qualquer gênero de beleza. Se eu conseguisse explicar, eu já teria entendido. O seu olhar é o punhal que me atravessa o peito constantemente, a dor que eu não amo amar, mas amo. Eu vivi toda a adrenalina que eu quis viver ao longo dos dias que atravessaram os anos, ainda assim, nenhum desses dias, e nem mesmo os próprios anos, me fizeram sentir mais vivo que qualquer sorriso seu. Não te ver é a morte das minhas horas, mas te ver é me afogar no silencio que inibe todas as palavras que sonho em te dizer. Nada é pior do que a estagnação na posição entre a sua ausência e a sua indiferença, a não ser o peso da responsabilidade de ser inerte a ponto de me tornar o causador dessa situação. Não passa uma lua pelas janelas do meu quarto sem que eu me lembre do fato de ser o único culpado pela distancia que me separa do maior dos motivos pelos quais me levanto no dia seguinte. E é face a face com a certeza de não ser nada na vida desse motivo que eu espero pelo momento de ver você passar por mim mais uma vez, embriagado pelo perfume que te segue pelos cantos. Nunca imaginei que segundos pudessem dar sentido a horas, mas acontece durante os poucos em que posso te olhar. Você é o presente mais importante que eu estou fadado a desejar, o presente que o acaso não tem poder pra me dar." 
Davidson 


Recebi este texto de um amigo. Ele não viu potencial nele, mas eu sim. Um texto sincero e bem escrito. Pedi para publicá-lo, e ele me autorizou. Revela os nossos momentos em que o coração fala do que está cheio.

2 comentários:

Davidson DZ disse...

Meu texto ta aí, vamo ver se vai fazer sucesso né? uahsuahsa

Vii disse...

Poxa, pensei que você fosse falar que Davidson era algum super-escritor de antigamente! hahaha

Muito bom, poetico, profundo e triste..